A ALEGRIA CRISTÃ
O povo de Deus é alegre por definição. O cristão é alguém que foi encontrado por aquele que é feliz e recuperou a sua posição como filho. Para os cristãos, a alegria não é só uma opção de vida. É uma ordem de Deus ao seu povo; é um bom testemunho; é pré-evangelização; é coerência.
O mandamento da alegria está espalhado nas Escrituras Sagradas:
nos livros da lei (Dt 16.11),
nos Salmos (Sl 32.11),
nos profetas (Zc 9.9),
nos Evangelhos (Lc 10.20),
nas Epístolas (Fp 4.4)
e no Apocalipse (Ap 19.7).
A alegria é também fruto do Espírito (Gl 5.22),
é consequência do perdão e da salvação (Lc 10.20),
é promessa a ser totalmente contemplada no futuro (Hb 11.39-40),
é combustível e celebração da missão (Sl 126.6; Lc 15.7).
Certamente, algumas vezes terá de ser uma alegria disciplinada,
baseada em promessas e em exercícios de fé. A despeito de ser por natureza feliz, cabe ao cristão desenvolver esta alegria. Isto pode ser feito por meio do exercício de um espírito grato (aqueles que julgam que a vida lhes deve alguma coisa são incapazes de ser felizes),
pela lembrança constante das promessas do Senhor, pelo encontro amoroso com os irmãos e irmãs, pela contemplação da Criação,
pela memória de Cristo e de sua beleza, pela comunhão diária
com Deus por meio da oração e da leitura bíblica, pela vivência do discipulado cristão, pelo “enchimento” do Espírito.
Por causa do pecado, da depravação humana, da ordem política
e social injusta, da incredulidade, da atuação satânica, do orgulho humano, da fome e da miséria, das vicissitudes naturais da vida, da enfermidade e da morte, da rejeição do evangelho
nem todo tempo é tempo de alegria. A Bíblia ressalta esta verdade:
“[Há] tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear,
e tempo de saltar de alegria” (Ec 3.4).
Além disto, somos ainda seres incompletos, ambíguos, divididos.
Um dos efeitos da queda é que nossas emoções nem sempre acompanham nossas certezas. A variação de humor que não dominamos continuará a ser nossa companheira até o final da vida.
A plenitude da alegria não é para agora. A garantia de bem-estar permanente não é uma promessa cristã.
Setembro-Outubro 2011 - edicão 332
http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/332/a-alegria-crista