O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará.
Ele me faz repousar em pastos
verdejantes.
Leva-me para junto das águas de descanso;
refrigera-me a
alma. Guia-me pelas veredas da justiça
por amor do seu nome. Salmos
23:1-3
...........................................................................................
MOGI NEWS - Editorial
Terça-feira, 29 de Janeiro de 2013
TRAGÉDIAS - Até quando?
ERROS FATAIS
Se
alguns empresários se preocupassem menos com o lucro e
com a
segurança de sua equipe e de seus clientes, muitas
tragédias poderiam
ser evitadas
O Brasil amanheceu no domingo com a chocante
notícia de quemais de 230 pessoas haviam morrido num incêndio ocorrido numa
casa noturna de Santa Maria, cidade do Rio Grande do Sul. Parecia mentira, de tão desolador. Passado o momento de desespero e de assistência integral às famílias das vítimas, começaram a ser
avaliadas as causas do incidente,
que talvez pudesse ter sido evitado.
Especialistas de todo o Brasil ouvidos pela Imprensa garantem:
o acidente aconteceu por causa de uma série de falhas por parte
do estabelecimento comercial e até da fiscalização pública,
que autorizou o funcionamento do local mesmo estando com itens
de segurança comprometidos. E, segundo eles, outros problemas
na casa de shows também foram responsáveis pelo grande
número de mortos. O incêndio começou porque uma faísca
de um sinalizador usado para shows pirotécnicos atingiu a espuma
do sistema de isolamento acústico, que já não deveria ser tão inflamável.
Quando o fogo começou, nenhum alarme soou nem houve aquele
aviso, comum em prédios comerciais, que liga automaticamente
espécies de "chuveirinhos" no teto, que jorram água,
ainda que em pequena quantidade, para alertar sobre o fogo
e reduzir, no que for possível, os focos de incêndio e até
melhorar a sensação de sufocamento das pessoas que estiverem
no local. O extintor de incêndio disponível na casa,
segundo testemunhas, também não funcionou.
A maioria dos mortos no acidente de Santa Maria,
inclusive, não conseguiu sobreviver por causa da asfixia,
da forte ingestão de gases tóxicos e de fumaça, que, numa situação
como essa e num lugar com aquelas características
(pequeno em relação ao número de pessoas presentes,
sem ventilação e sem a estrutura adequada para o tipo de
atividade que era exercida), aumentam rapidamente, gerando implicações sérias à saúde.
Outro problema apontado é que a boate tinha apenas
uma porta, que servia tanto para entrar quanto para sair e
nenhuma saída de emergência, que é obrigatória, tampouco
sinalização em caso de risco iminente.
O proprietário da casa não sabia disso?
A prefeitura e o Corpo de Bombeiros não sabiam disso?
E a banda que tocava no local e que gerou a faísca,
não pesquisou sobre o uso desse tipo de artefato em locais fechados?
Ela tinha autorização para fazer esse tipo de apresentação?
As autoridades do município gaúcho disseram que a boate estava
com o alvará suspenso, por causa da renovação desse documento.
Então, por que ela estava funcionando? Quando o alvará antigo que eles tinham foi emitido, a casa tinha todos os componentes obrigatórios e,
de repente, deixou de ter?
As investigações e as punições não trarão nenhuma
vida de volta,mas, certamente, terão um efeito corretivo e
preventivo importante para que mais nenhuma tragédia como
essa ocorra no País. Que tanto os donos de estabelecimentos
como esse quanto os frequentadores percebam o quanto essas
medidas preventivas são valiosas e podem salvar vidas.
Mas o alerta deve ser ainda maior para os órgãos fiscalizadores,
pois verificar os itens de segurança quando a casa está fechada é o mínimo, mas e quando ela está em funcionamento? Alguém checa
se o número de pessoas que a boate comporta está sendo respeitado?
Se as saídas de emergência estão em condições de atender a
uma emergência? E, claro, se outras tantas leis referentes a casas noturnas estão sendo cumpridas? Que esse acontecimento dramático
e doloroso para tantas famílias e essa sucessão absurda de erros sirvam de lição para todas as pessoas ligadas, de alguma maneira,
a esse tipo de estabelecimento comercial.