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EDITORIAL

Matéria publicada em 28/12/12

INÍCIO DE UM NOVO CICLO

Em todas as cidades brasileiras, com prefeitos e vereadores novos ou reeleitos, uma nova fase vai começar e com grandes expectativas, principalmente por parte da população

Faltam poucos dias para um novo ciclo começar. O ano de 2013 deve ser de grandes expectativas para a população de todo o Brasil, pois todas as cidades terão governos se iniciando, com prefeitos e vereadores novos ou reeleitos. Motivos para essa ansiedade não faltam. Todos esperam melhorias em áreas como saúde, transporte, segurança e educação, que são sempre os temas mais citados pelos brasileiros em pesquisas que referem-se à maior preocupação deles em relação ao município onde vivem e ao Brasil como um todo.

Os mais otimistas estão esperando por mudanças, e para melhor, claro, mas os pessimistas - ou desanimados com os rumos que o País está tomando na maioria das áreas - não estão aguardando grandes transformações. Provavelmente, entre esses pessimistas estão os que votaram, nas eleições de outubro deste ano, em branco ou anularam a sua escolha por quem seria o seu representante nos poderes Executivo e Legislativo. E de fato muitas coisas precisam mudar no Brasil. A começar pelo setor de segurança, que tem deixado muita gente sem esperança. Com tantos assaltos, assassinatos, estupros, tráfico de drogas e outros crimes que estão por toda parte e sem muitas perspectivas de serem evitados, não há quem não fique abatido.

Ontem, um policial militar foi morto em Mogi das Cruzes. Foi o primeiro na cidade depois de uma série de atentados contra esses heróis da vida real. Outros colegas de profissão também foram assassinados em outras cidades do Alto Tietê e pelo Brasil afora nos últimos meses. Quando as pessoas que trabalham - bravamente, diga-se de passagem, com pouca estrutura e baixos salários - para manter a segurança da população são "vencidas" pelos bandidos, o medo, inevitavelmente, aumenta. As pessoas ficam pensando o que será então dos cidadãos comuns.

Os criminosos fazem emboscadas covardes e os policiais acabam não tendo como se defender. A lista de pessoas que trabalham nas corporações e que foram vítimas desse tipo de "extermínio" dos bandidos, infelizmente, está crescendo a cada dia. É um reflexo da fragilidade da segurança, dos problemas que o segmento enfrenta, da falta de investimentos e de uma administração inadequada.

A área de saúde não fica muito atrás. Todos os dias, os veículos de comunicação de todas as regiões do País mostram os inúmeros percalços que os cidadãos estão tendo de encarar para serem atendidos nos postos de saúde e hospitais, isso quando existem essas unidades funcionando no local e médicos disponíveis. Os especialistas, por exemplo, estão virando artigo raro nas unidades públicas. Na maioria, apenas médicos generalistas atendem e, ainda assim, em quantidade insuficiente, já que o número de pacientes é sempre grande. As filas de pessoas que voltam para casa sem sequer serem atendidas não param de crescer e, claro, o de pacientes que poderiam ter uma ótima recuperação, mas acabam sendo vencidos pela doença também. São apenas alguns exemplos de situações vividas por muitas pessoas todos os dias. E é obrigação dos representantes públicos resolverem isso. Eles foram eleitos para isso.

Cada cidade tem sua particularidade, nem todas estão em situação tão ruim e algumas delas estão até acima da média na qualidade dos serviços oferecidos aos seus moradores. Mas a maioria dos governantes terá bastante trabalho a partir da semana que vem, quando os brasileiros, que, como diz a frase já tão popular, "não desistem nunca", certamente, enxergarão uma nova chance de recomeçar, de ter uma vida melhor e mais feliz e um futuro promissor, mas tudo isso não depende apenas deles.

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